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Eu escrevo, eu risco, eu rasgo e jogo fora...
Fecho os olhos,
Respiro fundo e balanço a cabeça de um lado pro outro, indicando negação.
Vou andando pela casa tentando lembrar o que eu tinha que fazer.
Entro no quarto e lembro que tenho milhões de coisas pra fazer dentro dele,
Mas deixo passar... Tem algo mais importante que preciso lembrar.
Os padrões se repetem e é tão irônico reviver os traumas,
Parece que estou de fora só observando,
É como querer falar antes do "deja vú" acontecer.
Deixo o apartamento e pego o primeiro ônibus que passa,
O destino eu só vou saber quando chegar, não posso ficar parado.
Olho pela janela do ônibus e vejo minha vida sendo representada por esses estranhos na rua.
Antes não conseguia entender, mas agora ficou tudo mais claro.
...Esse estranho que sentou do meu lado
Me olha e parece que tá ouvindo os meus pensamentos.
Ás vezes eu penso tão alto que acho que as pessoas podem ouvir,
Ou sei lá, eu mesmo esqueço que estou na rua e acabo falando sozinho, como de costume.
Vou descer na próxima parada e caminhar um pouco até o próximo shopping,
Vou sentar num banco qualquer,
Observar as pessoas e tentar entender esse meu momento...
Talvez lembrar o que eu tinha esquecido pela manhã.
Olhei pra tanta gente que nem vi o tempo passar
E acabo de lembrar que se eu não me apressar perderei o último ônibus.
Ao chegar em casa...
Ainda me surpreendo com minha própria bagunça,
Parece que antes de sair de casa estava tudo no lugar, mas sei que não...
Vou tirando as coisas do lugar e quando vejo, não consigo nem andar na casa.
Só percebo a bagunça quando ela começa a me atrapalhar.
Vejo um papel amassado no chão e automaticamente me lembro, como se fosse um sonho....
Tinha começado a escrever para encontrar as respostas sobre mim que só encontro quando escrevo,
Porque minhas problemáticas só conseguem ser desvendadas nas entrelinhas.
Tanto correria em vão... seria tão mais fácil ter uma memória organizada...tsc, tsc, tsc.
16/03/2014 - 19h-21h.
Foto: Alanis Morissette - Thank u.
